Os casos de violência política em Minas Gerais aumentaram significativamente no primeiro semestre de 2024. De acordo com o boletim trimestral do Observatório da Violência Política e Eleitoral no Brasil (OVPE), o estado registrou 13 casos, um aumento de 62,5% em comparação ao mesmo período das últimas eleições municipais em 2020.
Comparação com Anos Anteriores
Em 2020, Minas Gerais teve 29 casos de violência política, com 21 ocorrendo no terceiro e quarto trimestres. Em 2022, um ano marcado pela polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), o número de casos subiu para 53. Esses dados indicam uma tendência de aumento da violência política em anos eleitorais.
Expectativas para 2024
Miguel Carnevale, coordenador do OVPE, destaca que a proximidade das eleições, marcadas para outubro, tende a aumentar os casos de violência política. Ele observa que, embora o primeiro trimestre de 2024 tenha registrado uma queda atípica, o segundo trimestre voltou à média esperada para anos eleitorais.
Casos Notáveis no Segundo Trimestre
Cinco dos oito casos registrados no segundo trimestre de 2024 envolveram cargos municipais. Entre eles, o assassinato de um ex-vereador de Orizânia e o homicídio do filho de uma vereadora em Lavras. Além disso, houve agressões físicas e fraudes, como a clonagem do celular da prefeita de Uberaba.
Incidentes em Brasília
No âmbito federal, dois casos chamaram atenção: um bate-boca entre os deputados André Janones (Avante-MG) e Nikolas Ferreira (PL-MG) e uma agressão física envolvendo os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Éder Mauro (PL-MA). Esses episódios refletem a tensão e a polarização presentes na política nacional.
Sequestro-Relâmpago
Outro incidente grave foi o sequestro-relâmpago sofrido pela equipe do deputado estadual Noraldino Júnior (PSB) em São Paulo. Os assaltantes forçaram um assessor e um voluntário a fazer transações bancárias e roubaram seus celulares.
Levantamento Nacional
O boletim do OVPE também registrou um aumento de 116% nos casos de violência política em todo o Brasil no último trimestre, totalizando 128 casos. Quase 40% desses casos tiveram como alvo vereadores, indicando que a violência política não se restringe a níveis estaduais e federais.
Primeira Condenação por Violência de Gênero
O trimestre também marcou a primeira condenação de um parlamentar por violência política de gênero no Brasil. O deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil) foi condenado por ataques contra a vereadora Benny Briolly (Psol), a primeira mulher trans eleita em Niterói. A pena foi convertida em serviços comunitários e multa.
A violência política em Minas Gerais e no Brasil como um todo é um fenômeno preocupante que exige atenção e medidas eficazes para garantir a segurança e a integridade do processo democrático.