Para o senhor Aldo Vendramin, a produção de alimentos no Brasil e no mundo está diante de um grande desafio: conciliar eficiência produtiva com sustentabilidade e inclusão social. De um lado, a agricultura industrial se destaca pela escala e pela capacidade de abastecer grandes mercados. De outro, a agricultura familiar é essencial para a segurança alimentar, a preservação ambiental e o desenvolvimento das comunidades rurais.
Saiba agora mesmo qual o futuro da produção de alimentos diante dessa dualidade!
Quais as principais diferenças entre agricultura familiar e industrial?
A agricultura familiar é caracterizada pela gestão direta da propriedade pelos próprios agricultores e pelo uso predominante de mão de obra familiar. Ela está fortemente ligada à diversidade de cultivos, práticas sustentáveis e produção para mercados locais. Mesmo com área reduzida, essas propriedades são responsáveis por grande parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros, como feijão, mandioca, hortaliças e leite. Além disso, promovem a fixação das famílias no campo e o desenvolvimento das economias regionais.

Já a agricultura industrial opera em grandes propriedades, com alto nível de mecanização, uso intensivo de insumos e foco na produtividade em larga escala. Esse modelo é fundamental para a exportação de commodities como soja, milho e carne, movimentando bilhões na economia brasileira. Como alude Aldo Vendramin, ele também está mais exposto às oscilações do mercado global e depende fortemente de tecnologias avançadas.
É possível equilibrar os dois modelos na cadeia produtiva?
Sim, o equilíbrio entre agricultura familiar e industrial é não apenas possível, mas necessário para garantir segurança alimentar e sustentabilidade no longo prazo. A complementaridade entre os modelos pode trazer benefícios para toda a cadeia produtiva. A agricultura familiar pode abastecer mercados locais com alimentos frescos e diversificados, enquanto a agricultura industrial mantém a competitividade internacional e a geração de divisas.
Além disso, fomentar parcerias entre grandes e pequenos produtores pode ser uma estratégia inteligente. Segundo o empresário Aldo Vendramin, a indústria pode se beneficiar da produção familiar como fornecedora de matéria-prima de qualidade, principalmente em sistemas agroindustriais locais. Programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) são exemplos de iniciativas que valorizam essa integração.
Qual modelo é mais sustentável para o futuro?
A sustentabilidade envolve não apenas o meio ambiente, mas também fatores sociais e econômicos. Nesse sentido, como frisa Aldo Vendramin, a agricultura familiar tem se mostrado mais alinhada a práticas agroecológicas, respeito à biodiversidade e uso racional dos recursos naturais. Por estarem mais conectados ao território, os agricultores familiares tendem a adotar manejos menos agressivos ao solo e à água.
Por outro lado, a agricultura industrial também pode evoluir rumo à sustentabilidade, adotando tecnologias de precisão, manejo integrado de pragas e práticas regenerativas. Grandes propriedades têm mais recursos para investir em inovação, o que pode acelerar a transição para modelos menos impactantes. O desafio está em conciliar produtividade com responsabilidade ambiental e social. O futuro não está em opor os dois sistemas, mas em criar condições para que ambos avancem em direção a uma produção mais equilibrada.
Por fim, o futuro da produção de alimentos não está em escolher entre agricultura familiar ou industrial, mas em reconhecer que ambos têm papéis essenciais e complementares. Enquanto a agricultura industrial garante volume e exportações, a familiar assegura diversidade, sustentabilidade e inclusão social. De acordo com Aldo Vendramin, com políticas públicas adequadas, incentivos justos e integração produtiva, é possível construir uma cadeia alimentar mais equilibrada, resiliente e sustentável.
Autor: Mapito Brynne