Alexandre da Silveira presidiu a reunião do G20, em BH, e explicou a urgência da mudança de fontes de energia para outras que sejam mais sustentáveis.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre da Silveira, disse, em Belo Horizonte, que o Brasil está focado em liderar a descarbonização da indústria, mobilidade e meios transporte por meio dos biocombustíveis. O intuito é criar uma “indústria verde”.
“A transição energética tem duas vertentes: sustentabilidade e economia. E longe da economia verde, não haverá salvação”, disse ele.
O ministro participou da abertura da terceira reunião do grupo de trabalho de transições energéticas do G20, composto pelas maiores economias do mundo, União Europeia e União Africana. Ela acontece esta semana em Belo Horizonte.
Silveira também destacou quais gargalos ainda impedem o avanço do discurso sobre a sustentabilidade a nível global.
“[Falta] consciência global, principalmente dos países ricos e industrializados. É o capitalismo selvagem, que não entende a sustentabilidade como sobrevivência humana.
Os líderes mundiais que não reconhecem isso, deveriam ver o que aconteceu no Rio Grande do Sul”, acrescentou.
Reunião do G20
O grupo de trabalho é coordenado pela pasta em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e tem o objetivo de compartilhar informações e acelerar e maximizar os benefícios da transição energética para todo o mundo.
Atualmente, a expressão “transição energética”, destaca a mudança de uma fonte de energia para outra de forma mais sustentável, ou seja, uma matriz que reduza as emissões de gases de efeito estufa.
Segundo o ministério de Minas e Energia, alguns dos desafios da transição é conciliar geração de emprego, renda, inclusão social, combate às desigualdades, melhoria da qualidade de vida, reindustrialização, preservação da biodiversidade e da qualidade ambiental, entre outros.
A ata do programa de transição energética prevê três prioridades:
Aceleração de financiamento da transição energética;
considerar a dimensão social da transição energética;
desenvolvimento de mercado
O evento
Serão três dias de encontros, no Minascentro, no Centro da capital mineira. Até a próxima quarta-feira (29), representantes dos países-membros e convidados vão debater a dimensão social da transição para formas mais sustentáveis de energia, que reduzam as emissões de gases de efeito estufa.
Neste ano, o Brasil atingiu a marca de 200 gigawatts (GW) de potência centralizada. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 84,25% são de fontes renováveis – as três maiores, atualmente, são hídrica (55%), eólica (14,8%) e biomassa (8,4%).
G20
O Brasil comanda o G20 desde dezembro de 2023. Além da transição energética, o país quer focar as discussões em temas como inclusão social e reforma da governança global.
O grupo é composto por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, além de União Africana e a União Europeia.
Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.